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Decepção: Como superar e o que fazer quando é amorosa


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O que é decepção

A decepção é um sentimento gerado por expectativas não correspondidas, e engloba sensações como a frustração e impotência. A idealização de acontecimentos que não se tornam realidade é um fator estressante, e pode acarretar no surgimentos de distúrbios emocionais, como a ansiedade e depressão.

Decepção amorosa x decepção comum

A decepção amorosa é uma das mais recorrentes, e provavelmente a mais intensa. Além de modificarem nossa rotina e modelo de vida, os relacionamentos também influenciam nossos níveis de autoestima, e fazem parte de uma construção social. Culturalmente, a maioria de nós aspira por alguém que nos tire a solidão, que nos dê uma família e preencha nossos vazios.

Entretanto, isso pode não acontecer. “Às vezes, a pessoa que queremos não demonstra interesse, ou vai embora. Com isso, acaba levando todos os nossos sonhos com ela”, explica a psicóloga Milena Lhano.

Essa frustração pode criar diversas inseguranças dentro de nós, ou então, apenas colocar em evidências medos que já nos acompanhavam. O fim (ou não concretização) de um relacionamento pode sinalizar que precisamos de amor próprio, auto-valorização e autoconhecimento. Nestes momentos, a psicoterapia pode ser uma grande aliada, já que nos possibilita tirar aprendizados de situações dolorosas.

Por que nos decepcionamos

De acordo com a psicóloga Andressa Guerreiro, o início de novas etapas geram expectativas automáticas. “Não importa se for uma amizade, um relacionamento amoroso ou um emprego”, afirma a especialista.

A tendência do ser humano é nutrir idealizações positivas, acreditar que tudo dará certo. Entretanto, o que faz esse comportamento tornar-se prejudicial é a motivação dele. “Quando nossas expectativas são moldadas pela carência e o desejo por algo a qualquer custo, a consequência pode ser sofrer uma dolorosa decepção”, explica Andressa.

A intensidade da decepção irá depender de nossa estrutura psicológica. Pessoas que são mais racionais ou emocionais sentirão a frustração de maneira diferente. Os níveis de inteligência emocional e as experiências de vida também influenciam a força do sentimento.

Segundo a psicóloga Milena Lhano, fatores como medo excessivo, carência afetiva, sentimento de abandono, necessidade de cuidado e atenção constante, e baixa autoestima podem tornar as pessoas mais vulneráveis à decepção.

Relação entre autoestima e decepção

O estado de nossa autoestima interfere na maneira em que iremos lidar com a decepção. Para Andressa, quando temos amor próprio e nos colocamos em primeiro lugar, tendemos a extrair aprendizados de nossas frustrações, equilibrando nossas expectativas para situações futuras.

Entretanto, quem tem baixa autoestima acaba sendo um “alvo-fácil” para a decepção, porque não possui uma seletividade desenvolvida. É como se aceitássemos qualquer coisa, e isso nos coloca em circunstâncias desconfortáveis, que vão contra o que desejamos e esperamos.

Como se prevenir de uma decepção

Nossos sentimentos são involuntários, portanto, inevitáveis. Entretanto, podemos prevenir ou diminuir os impactos da frustração traçando metas mais realistas. Milena Lhano afirma que um dos pontos mais importantes nesse processo, é analisar o nosso grau de exigência com o mundo, pois muitas vezes esperamos muito do outro.

Também é necessário reavaliar a imagem que temos das pessoas que nos relacionamos, pois muitas vezes acreditamos em versões inexistentes do próximo.

Andressa conta que recebe muitos pacientes em seu consultório que sofrem com decepções amorosas. O que ela aconselha, na maioria das vezes, é um olhar atento às questões internas. Se estivermos carentes, provavelmente iremos ignorar sinais que indicam o surgimento de uma provável frustração. Por isso, nutrir o autoconhecimento também é um meio de evitar sofrimento.

Decepção x expectativas altas

O autoconhecimento significa entender que temos qualidades, mas também possuímos falhas e imperfeições. Andressa Guerreiro reitera que isso é importante, pois nossas expectativas são baseadas em quem somos. Consequentemente, esperamos que as pessoas sejam como nós.

Quando nos conhecemos, aprendemos a respeitar a individualidade alheia, pois temos claro nossas peculiaridades. “A decepção é um processo natural da vida. Sempre iremos nos frustrar com as pessoas. O que irá fazer a diferença é saber assumir suas responsabilidades, tendo amor próprio e desenvolvendo consciência das próprias escolhas”, afirma a especialista.

Como não ser pessimista para evitar decepções

Milena Lhano afirma que uma das armadilhas em querer evitar decepções é estar sempre focado no que vai acontecer de errado. “Fazer isso nos impede de valorizar nossas conquistas”, diz a especialista.

Por isso, é importante assumir uma postura realista, que significa contabilizar tanto nossas vitórias quanto as derrotas, para assim, ter uma percepção real da vida.

Diferença entre ser pessimista e realista

Segundo Andressa Guerreiro, quando somos pessimistas, nos tornamos vítimas de nossa própria história de vida. Essa postura acaba distorcendo nossa ideia de realidade. Para saber se estamos adotando uma postura derrotista, é necessário avaliar se nos consideramos realistas por nossas experiências e superações, ou se “medimos” o nosso agora baseado nas dores passadas.

“O último caso não é uma postura realista. Na verdade, é envenenar o presente com o passado”, afirma a psicóloga. Para ela, a maior diferença entre os dois processos são os aprendizados construtivos que tiramos de cada situação vivida.

Como lidar com a decepção no momento em que ela ocorreu

A melhor forma de lidar com quaisquer sentimentos, sejam positivos ou negativos, é senti-los. Para Milena Lhano, a sociedade está vivenciando um momento em que é praticamente proibido ficar triste ou se sentir mal. Porém, isso não é saudável.

“Se você sofreu uma grande decepção, fique melancólico, com raiva, com medo. Perceba por que essa questão era tão importante para você, e depois, tire aprendizados disso”, elucida. Desta forma, o sentimento não terá um impacto exclusivamente negativo, o que evita traumas.

A psicóloga relembra que assim como os sentimentos bons ficam mais fracos com o passar dos dias, o mesmo ocorre para as sensações negativas.

Importância da decepção

A decepção é uma oportunidade para questionar a si mesmo. “Perguntas como ‘Será que coloquei muitas expectativas no outro e esqueci de cuidar de mim?’ são válidas e nos ajudam a elaborar a decepção”, explica Andressa.

Para a psicóloga, as frustrações nos ensinam a não guardar a negatividade alheia dentro de nós, e entender que não somos obrigados a carregar essa bagagem na vida. Além disso, Milena aponta que a decepção nos ensina que não podemos ter tudo o que queremos.

“Nem sempre as coisas sairão como queremos, principalmente porque nem tudo está no nosso controle”, afirma. Desapegar do controle pode trazer alívio, pois percebemos que não temos a obrigação de manter o equilíbrio constante em todos aspectos da vida. Há espaço para erros e frustrações.

A ideia de perfeição é uma ilusão, e impede de enxergar o aprendizado gerado por nossas quedas.

Como superar uma decepção

O psicólogo Alexandre Bez aponta que não devemos carregar a responsabilidade de superar uma experiência ruim sozinhos. Todos precisamos de suporte, e caso sintamos que é necessário, a ajuda da psicoterapia é sempre bem-vinda.

A intensidade da dor irá depender do tamanho e tempo da expectativa, e o quanto uma idealização impactaria a sua vida. Milena diz que é difícil se manter positivo quando algo importante não se torna realidade, mas entrar em um padrão negativo de pensamento apenas agrava a situação, nos trazendo outras dores, além da já causada pela frustração.

Portanto, é importante relembrar as coisas que deram certo em nossas vidas, para nutrir um senso de esperança. Refletir sobre o seu próprio valor, trabalhar o amor próprio e ter consciência de que as situações na vida não são iguais também nos ajuda a não generalizar acontecimentos frustrantes.

Consequências de não superar uma decepção

A decepção, quando não processada, pode causar diversos distúrbios emocionais, que se reverberam em todo o corpo. Veja alguns deles:

  • Autoestima baixa
  • Perda de esperança na vida
  • Ausência de confiança nas pessoas
  • Angústia exagerada
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Perda de confiança nos relacionamentos amorosos
  • Pessimismo
  • Dores no corpo
  • Perda de imunidade

Milena Lhano diz que outra consequência devastadora é passar anos da vida sentindo a dor de algo que não se realizou, e que talvez não se realizará. “Sofremos pela falta, e deixamos de prestar atenção no que temos de positivo no presente”, explica.

Referências

  • Andressa Guerreiro (CRP 20/5252), especialista em psicopedagogia e coach de relacionamentos
  • Milena Lhano (CRP 102952), psicóloga clínica sistêmica, com vasta experiência no atendimento de questões familiares e amorosas
  • Alexandre Bez, psicólogo e escritor, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami
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